Corinthians 2 x 3 Ponte Preta – Jogamos um torneio no lixo

Após uma goleada por 6 a 0 na Libertadores da América chegamos com muita moral para enfrentar a modesta equipe da Ponte Preta, pelas quartas de final do Campeonato Paulista. Entretanto do outro lado tinha um adversário, bem inferior ao nosso time, mas que merecia o nosso respeito e atenção total durante os 90 minutos e mais os acréscimos.
Nem mesmo a forte chuva que caiu em São Paulo, no domingo (22/04), foi capaz de impedir os torcedores de comparecerem ao estádio Paulo Machado de Carvalho, e incentivar o nosso Corinthians. Sabendo de suas limitações a equipe de Campinas veio predisposta a marcar e levar a partida para os pênaltis ou então achar algum gol no contra-ataque.
Devido ao ferrolho pontepretano começamos a errar muitos passes e aos 12 minutos fomos surpreendidos, em cobrança de falta cobrada, por Willian Magrão que chutou e Júlio César falhou e deixou o adversário abrir o placar.
Em desvantagem a estratégia foi toda embora, mas mesmo assim partimos pra cima da Ponte Preta em busca do empate, entretanto o setor de criação, com Danilo e Jorge Henrique, estava totalmente desorganizado e não conseguia distribuir as bolas para os atacantes. Com isso o time de Campinas foi levando perigo a cada contra-ataque ou roubada de bola.
Aos 34 minutos Uendel passou como quis por Edenílson e cruzou para a área, Roger antecipou o zagueiro Leandro Castán e tocou no contrapé de Júlio César. Era o segundo gol da Macaca na partida.
O torcedor corinthiano da arquibancada, da televisão e da internet não via a hora do primeiro tempo terminar e o professor Tite poder arrumar o time para a segunda etapa.
Na volta do intervalo Danilo e Jorge Henrique saíram para dar lugar a Douglas e Alex, o que em minha opinião foi feito de forma errada, já que deveria ter entrado Alex e Élton para que pudéssemos ter maior volume de jogo.
Não tínhamos o que fazer a não ser pressionar a Ponte Preta e tentar ao menos o empate para levar as penalidades máximas, com isso dávamos o contra-ataque para o adversário. Todas as nossas jogadas passavam pelos pés de Alex e Douglas, que sonolentos eram presas fáceis para os marcadores.
Mesmo a gente pressionando foi a Ponte Preta quem teve duas oportunidades para ampliar o placar, mas Júlio César foi bem em uma delas e Roger desperdiçou a outra. Sem ter o que fazer o professor Tite sacou Marquinhos para a entrada de William.
Com todo mundo no ataque a nossa equipe, de forma equivocada, insistia em alçar a bola na área sendo que nossos atacantes não conseguiam ganhar nenhuma pelo alto. Parecia treino de ataque contra defesa, por isso aos 29 minutos William aproveitou que Renato Cajá estava caído no gramado e chutou para o gol, assim descontando a vantagem.
Foi nesse momento que criou-se uma grande confusão, já que o adversário queria que tivéssemos jogado a bola pra fora, com a intenção de seu jogador ser atendido. Por reclamação o técnico da Ponte Preta, Gilson Kleina acabou sendo expulso.
Parecia que poderíamos chegar ao empate e forçar as penalidades máximas, e William conseguiu perder chance incrível debaixo do travessão. Mas continuávamos a pressionar o adversário, entretanto o nosso goleiro voltou a falhar duplamente. Em lance de tiro de meta ele cobrou na cabeça de Leandro Castán, a bola sobrou para Rodrigo Pimpão e ao invés de Júlio César ficar no gol, quis sair para abafar e o atleta da Ponte Preta bateu por baixo do seu corpo. Ralf até tentou salvar em cima da linha, mas a bola já tinha entrado.
Já eram passados 44 minutos de partida e tudo parecia decidido, entretanto na saída de bola, o meia Alex pediu a bola avançou e chutou no ângulo para diminuir outra vez para o Corinthians.
Mesmo Rodrigo Braghetto dando cinco minutos de acréscimo mais nada pudemos fazer, e com a falta de eficiência do ataque e falhas grotescas de Júlio César jogamos na lata do lixo a conquista do Campeonato Paulista de 2012.
Agora concentramos nossa força na Copa Libertadores da América, quando entramos em campo novamente na quarta-feira (02/05), às 21h50, contra o Emelec do Equador.

Júlio César – Horrível. Praticou duas ótimas defesas durante a partida, mas os erros foram grotescos e comprometeram o resultado final. Nota: 4.

Edenílson – Faltou. Contribuiu para tomarmos o segundo gol, porque ainda não tem a mesma eficiência na marcação como na parte ofensiva. Também não fez nenhuma jogada individual. Nota: 6.

Marquinhos – Bom. Apesar de não ter tido muito trabalho em seu setor o jovem já demonstrou que tem talento e futuro. Precisa somente melhorar nas bolas aéreas. Nota: 8.

Leandro Castán – Quase. Posso dizer que deu carrinho, mostrou raça, força de vontade, empenho, dedicação, armou o time e quase marcou o gol. Entretanto falhou no segundo gol quando o Roger se antecipou a ele, e isso não pode acontecer com um zagueiro experiente. Nota: 8.

Fábio Santos – Discreto. Deu um chute ao gol e foi só. Não conseguiu ir até a linha de fundo com qualidade e não aproveitou para arriscar de fora da área. Nota: 7.

Ralf – Incrível. O nome do nosso time, porque além de jogar de volante também quando é improvisado de zagueiro dá conta do recado. Poderíamos ter sofrido mais gols, entretanto o Ralf sempre esteve lá para ajudar o setor defensivo. No terceiro gol nada pôde fazer, mas mesmo assim tentou. Nota: 10.

Paulinho – Força de vontade. No primeiro tempo não conseguiu jogar, e depois que tomamos o primeiro gol ele tentou se aproximar dos atacantes, entretanto faltaram as jogadas individuais. Nota: 7.

Danilo – Bem marcado. Enquanto esteve em campo se viu bem marcado pelo adversário, e pouco fez. Tem crédito com a nação corinthiana. Nota: 5.

Jorge Henrique – Fraco. Não conseguiu impor o seu ritmo de jogo e continua sendo irregular, ou seja, faz uma grande partida e outra horrível. Nota: 4.

Émerson Sheik – Grande. Teve momentos que queria ser o jogador decisivo e pediu a bola diversas vezes. Colocou correria, mas esqueceu de se aproveitar dos dribles. Também não dá pra ele cobrar falta nas laterais, porque de cada 10 que bate acerta uma. Nota: 7.

Liédson – Esforçado. Bem abaixo do esperado, mas mostrou senso de grupo e mesmo não recebendo bolas na frente voltou para marcar e armar o time. Errou dois gols que não podia. Nota: 6.

Alex – Cai-cai. Qualquer esbarrão nele ele já quer a falta para tentar o chute de fora da área. Fez um grande gol, mas não acrescentou muito ao time. Nota: 5.

Douglas – Quem? Esse jogador ainda não entrou em campo com a camisa do Corinthians. Nota: 3.

William – Capaz. Existem momentos na partida de futebol que não tem fair-play, até porque nada tinha acontecido de grave com o jogador adversário. Gosto do jogador e até que fez uma boa partida. Nota: 7.

Tite – Errou muito. Quando entrou com a equipe titular tudo estava certo, mas quando se viu na adversidade deveria ter sacado Danilo e Jorge Henrique para as entradas, respectivamente, de Alex e Élton, porque assim ficaríamos com um homem de referência e a pressão poderia ser ainda maior, uma vez que os nossos jogadores queriam fazer o “chuveirinho” a todo momento. Espero uma atitude frente as falhas de Júlio César nos momentos decisivos. Nota: 7.

Fiel Torcida – Até o fim. A equipe não pode reclamar que a nação corinthiana não apoiou até o fim, porque nem mesmo a chuva impediu que empurrássemos os jogadores até o último segundo de partida. Nota: 10.

Rodrigo Braghetto – Bom. Teve o lance que o Roger tocou com a mão e como ele já tinha cartão amarelo deveria ter sido expulso, mas fora isso foi bem. Também acredito que poderia ter dado alguns minutos a mais de acréscimo. Nota: 8.